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A tradicional marca inglesa Burberry Prorsum anunciou que já na próxima temporada (setembro) deixará a semana de moda de Milão para desfilar em Londres, na London Fashion Week, que completa 25 anos de existência.

A mudança deve atrair interesse pela semana de moda inglesa, que é considerada um celeiro de novos talentos, mas carece de grandes nomes. Estilistas famosos baseados na Inglaterra, como Hussein Chalaian e Alexander McQueen, não desfilam lá suas coleções, enquanto outros, como Vivienne Westwood e Paul Smith, mostram apenas sua segunda linha. E, nos últimos anos, mesmo estilistas novos, como Gareth Pugh e Matthew Williamson (que na próxima edição também retorna a Londres), deixaram de mostrar suas coleções em Londres.

A Burberry é uma das mais tradicionais marcas inglesas, fundada em 1856. Sua padronagem xadrez (em beige, vermelho, branco e preto) é uma das mais marcantes e copiadas no mundo da moda. Durante os anos 70 e 80, a marca tornou-se popular entre jogadores de futebol e passou a ser associado aos hooligans. Surgiu a expressão “burberry crime” para designar violência em estádios e embate de torcidas. Desde o final dos anos 90, a empresa tem-se dedicado a um trabalho de marketing intensivo que conseguiu resgatar sua imagem como uma marca de luxo.

O advérbio latino “prorsum” quer dizer “adiante” e é usada como uma palavra de encorajamento de time, equipe ou exército. A palavra apareceu pela primeira vez nas etiquetas e logo da marca em 1901. Antes, os produtos eram chamados Burberry of London.

Na última semana, no dia 28 de maio, a prefeitura de Nova York declarou o “Dia Burberry”, em homenagem à empresa inglesa por seus investimentos na cidade.

Selo vermelho

Na foto acima, a atriz e pin-up americana Dita Von Teese (dir.) cumprimenta Vivienne Westwood depois do desfile da coleção de verão da Red Label, uma das marcas da estilista inglesa, na última quinta (18).

A coleção, que é desenhada pela equipe de estilo da marca, tem como inspiração uma viagem ao deserto, e apresentou peças em tons terrosos e dourados, com cortes que misturavam a alfaiataria engenhosa que é marca registrada da estilista com elementos étnicos. Daqui a duas semanas, Westwood apresentará em Paris sua coleção “principal”, a Gold Label, desenhada por ela e por seu marido, Andreas Kronthaler, que tem como título “do it yourself”.

Estiveram também presentes na primeira fila do desfile Red Label a atriz Emma Watson (de “Harry Potter”), Mischa Barton (de “The O.C.”), Kate Moss, Pamela Anderson e um “homem misterioso” disfarçado com uma máscara de plástico branca e luvas da mesma cor. Anderson estava na cidade para o lançamento de seu programa no canal “E! Entertainment”. Comentava–se nos bastidores do desfile, que o tal homem seria Michael Jackson, e que ele e a atriz estariam tendo um romance.

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Semana de quatro dias

A semana de moda de Londres, que começou no último domingo (14), corre o risco de ser cortada a apenas quatro dias em sua próxima edição, em março de 2009, por causa de um eventual adiamento da semana de moda de Nova York, programado para o ano que vem.

A London Fashion Week tem atualmente seis dias e acontece entre as semanas de moda de Nova York e Milão, que têm maior destaque no calendário de moda internacional pela importância das marcas que desfilam nessas cidades.

Caso a semana de moda nova-iorquina seja realmente alterada, haveria um encavalamento de datas com a semana inglesa. O British Fashion Council, que deve se reunir esta semana para discutir o assunto, teme que a mudança levaria grandes compradores, jornalistas de moda e modelos importantes a pular a semana londrina, para ir direto de Nova York para Milão.

Atualmente, a maior parte dos nomes mais famosos da moda inglesa já não mostra suas coleções em Londres ou não o fazem exclusivamente na capital inglesa, como Vivienne Westwood, que desfila em Londres e Paris; Burberry Prorsum, que desfila exclusivamente em Milão; Hussein Chalaian e John Galliano, que desfilam apenas em Paris, ou Matthew Williamson, que nesta temporada “migrou” para Nova York.

Em suas duas edições anuais, a semana de moda de Londres gera 100 milhões de libras para a economia da cidade, segundo estimativa publicada pelo jornal britânico “London Lite” nesta segunda.