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Salon-style

January 27, 2011

Vejam só que ironia. Reparo que, para dar conta da imensa quantidade de obras de arte que possuía em seu acervo, Edemar Cid Ferreira, ex-proprietário do Banco Santos, optou por exibi-las numa composição conhecida por “accrochage à la russe” ou “salon-style”. E o “salão” do nome é uma referência às mostras de arte públicas que aconteciam em Paris, desde o século 17. De 1748 a 1890, os salões foram o maior evento de arte do Ocidente. Um evento público, patrocinado pelo Estado (até 1881). E a forma de exibição, com quadros que ocupavam as paredes de lado a lado, do chão ao teto, visava tornar público o maior número possível de obras. Foram esses salões, com suas gazetas, que criaram a crítica de arte como conhecemos hoje.

Pois bem. A ironia consiste no fato de que o mesmo sistema que um dia foi usado para tornar o maior número de obras acessível ao público, serviu para Edemar “esconder” seu acervo, avaliado entre R$ 20 milhões e R$ 30 milhões. Ainda não se sabe que destino serão dados à casa e às obras do banqueiro.

Veja no UOL fotos de obras no acervo de Edemar

Leia na Folha reportagem sobre a desapropriação da casa

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